Há dentro de mim
hoje
uma fúria benéfica.
Algo estético e violento,
como a curva pronunciada
dos pescoços dos cisnes.
Há em mim
hoje
uma cidade devastada
pelas tempestades
Nuvens baixas.
Chuvas fortes.
E no meio a paisagem que se abre,
solitário, molhado,
um tenor louco canta uma ária
vestido de luto dourado…
Há em mim
hoje
tumulto enquanto escrevo
Um lápis branco
Uma borracha preta
Um ângulo pintado com azul entre os meus dedos.
Bê
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