
Os pintores nunca mentem, mesmo quando pensam o contrário.
Os anos encarregam-se de os aniquilar ( e então a verdade que acharam desaparece ) ou de os confirmar – e então tudo se torna possível.
Afinal, vamos pelo mundo com dois olhos, dois ouvidos, vários pares de mãos e muitos pés diferentes: vendo, reflectindo, comparando.
No fim, o que se conseguiu de certeiro, de fértil? Apenas alguns segundos de inteira alegria, algumas imagens cercadas de escuridão.
Mas esse pouco é o penhor da nossa realidade, aquilo que não se deixa aos corvos e aos girassóis.
Tudo está, bem vistas as coisas, para além do que se julgou possuir.
Mas não será esse o sinal perfeito duma meditação como um pequeno sinal de cor numa tela destruída pelo fogo?

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